10/04/2010 Sábado
Nós estudantes internacionais temos Mentor Family (pessoas escolhidas pelo programa e coordenador para ajudar na nossa adaptação nos States).
A minha mentor se chama Denise, ela é BEM engraçada, mas ao mesmo é também muito difícil de lidar... costuma olhar pra gente e analisar tudo... sem contar os interrogatórios que ela faz. Confesso que muitas vezes ela me assusta. Nossa relação é meio complicada, eu saí com ela poucas vezes e só a vejo de vez em quando quase nunca, geralmente por coicidência. Vou explicar o pq.
Quem me conhece que sabe que eu não tenho nenhum tipo de preconceito, pois pra mim só existe uma raça, a raça humana. Essa coisa de branco, preto, pardo, índio, amarelo e etc é algo que inventaram nem sei pra que. Somos todos humanos, somos todos iguais e pronto.
Então, a minha mentor de acordo com o census é classificada como afrodescendente e eu branca. Para mim isso nunca foi ou será um impecilho em uma relação, mas acontece que aqui nos USA, as coisas são bem divididas "coisas de negros, coisas de branco, faculdade de negros, faculdade de brancos, mesas onde sentam-se os negros, mesa on sentam-se os brancos, música de negro, música de branco... e por aí vai o apartheide".
Logo no início da nossa relação durante as poucas vezes que saímos juntas ela sempre vinha com esse papo de "eu nao sei se vc gosta disso pq vc é branca e tal". Eu expliquei para ela várias vezes que eu não ligo de forma alguma e que no Brasil as coisas não são como aqui. Mas todas as vezes que saíamos ela vinha com o mesmo papo... nossa que chatice ter que explicar tudo de novo. Eu acho que na verdade ela se incomoda com a situação, mais do que com o fato de eu gostar ou não de sair com ela e fazer as coisas que os negros costumam fazer por aqui.
Outra coisa, neste programa eu tenho várias atividades obrigatórias das quais eu e os outros CCID's temos que participar querendo ou não e concidentemente ela me convidou para fazer algo juntas umas 3 vezes nos mesmos dias em que algumas dessas atividades obrigatórias estavam acontecendo. E ela simplesmente não consegue compreender isso, e ficou super brava comigo achando que tudo não passava de uma desculpa pra não sair com ela (claro que ela não me disse isso, mas dava pra entender pelo tom de voz e a maneira que ela me olhava). Mas o que eu posso fazer???
Resultado, ela não me convida pra nada mais. Mas ainda assim, eu, Ella e Leo resolvemos fazer um jantar no meu apartamento para os nossos mentores, só pra passarmos um tempo juntos e conversar um pouco. Ela apareceu claro, mas o clima era tenso. A comida estava excelente. Eu e Ella passamos um bom tempo na cozinha e na noite anterior ainda tinha feito a sobremesa com o Vitor (Pavê). Todos os mentors aparentemente adoraram a comida, menos a minha que está de dieta.
Encaminhei as fotos para ela assim como a Ella e Leo fizeram com os seus mentors, mas diferente deles, até hoje não obtive nenhuma resposta dela agradecendo o jantar, as fotos ou falando mal da comida sei lá... NADA e já se passaram uns 23 dias depois da noite do jantar.
Hoje por coicidência a encontrei no prédio em que estudo, ela estava tendo uma conversa com a Carol (presidente do CCID) e o meu coordenador daqui, o Brady, assim como todos os mentors tiveram. Ela falou comigo e me deu um abraço como sempre, mas ela estava visívelmente mais tensa, graças ao bate-papo com a presidente do CCID onde o assunto principal sem dúvida foi a nossa relação.
A Carol está aqui em Daytona até amanhã para avaliar o programa por aqui assim como ela já fez em outros núcleos. Amanhã é a vez dos estudantes internacionais conversarem em particular com ela.
Bem, só me resta dizer que eu acho isso uma pena, eu de fato gostaria de ter uma relação de amizade com a minha mentor, mas as coisas não dependem somente de mim. Como diz a minha mãe: -Quando um não quer, dois não brigam.
* Na foto: Eu e Denise, Leo e Lorenzo, Ella e Andrea (cada um com seu respectivo mentor)
6 comentários:
Oi Vanessa, esse lance da mentor family em meio complicado mesmo. Tenho visto esse mesmo caso aqui em St Louis, que e considerada uma cidade muito racista. O meu mentor e branco, mais so falou comigo uma vez. Depois nunca deu as caras...e quando o vejo...dizemos Hi bem seco...tentei tambem me comunicar...mais sem resultado. Tem hora que esses americanos sao muito loucos viu =)
E como esses americanos são loucos... aqui em Daytona acho que dos 16 apenas 2 deram sorte de ter um mentor bacana.
O Leo por exemplo ficou sem mentor por uns 8 meses até que ele solicitou um novo mentor ao nosso coordenador e agora ta tudo certo. O Leo finalmente tem um mentor presente e amigo.
Mas de fato esse é um ponto do programa que precisa de alguns ajustes.
engraçado é que eles tem preconceito consigo proprios =x
Olá Vanessa!
me chamo Itaciara Pimenta e também sou acadêmica do Curso de Turismo do IFRR. Fiquei muito interessada em como você conseguiu a bolsa de estudos para EUA, se você pudesse me repassar informações mais completas sobre todo o processo que você passou para conseguir a bolsa, eu ficarei muito agradecida. meu email é itaciara_beatriz@hotmail.com . quando você tiver a chance de me responder sinta-se a vontade para mandar um email. Agradecida desde já.
Itaciara Pimenta.
O que importa isso nem ligue,sabemos o problema nao esta em voce!
Obrigada Pai.
=)
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